Washington D.C

Quando a gente vem pros EUA, recebemos um monte de encomendas de amigos, parentes... O apelo pra compra é muito grande. Qualquer dinheiro que recebemos não passa muito tempo nas mãos. Afinal de contas, o imposto brasileiro é abusivo, absurdo, então, comprar aqui é muito vantajoso, principalmente os eletrônicos e roupas de marcas famosas. O novo MAC foi lançado no Brasil por um preço assaltante de R$ 9900. O mesmo computador foi lançado nos EUA pelo preço de $2100. Com o dólar a R$ 2,00 o produto sairia por R$ 4200. Uma diferença gigantesca.

Porém, como bolsistas, resta a dúvida entre gastar com esses produtos e ficar em casa, ou usar o dinheiro pra viajar e conhecer outros lugares. Escolhi a segunda opção e, nessas últimas semanas tive a oportunidade de conhecer Washington D.C, capital americana. Um lugar incrível.

Foi o planejamento mais rápido que já fizemos. Acordamos umas 8:30 pra ir ao Six Flags, parque aqui de New Jersey, porém, a chuva estava realmente forte e o deslocamento pro parque seria difícil. Começamos, então, a caçar lugares para ir no google. Em menos de 30 minutos, brincamos: "Vamos pra Washington?". Para a surpresa de todos, a maioria concordou. Convencer os outros foi fácil. Entramos nos sites dos hotéis, fizemos pesquisas rápidas, compramos as passagens de ônibus e reservamos os hotéis. Corremos. Estávamos em NYC lá pelas 11:40, fomos de trem. Nosso ônibus sairia 13:30. 4 horas de viagem que se tornaram 5 horas e meia até Washington. Mas valeu a pena, valeu muito a pena.

Nosso amigo Paulo Seixas veio nos visitar e, é claro, não ficou de fora dessa aventura. Nossa amiga Jéssica Lemos também foi conosco.

Quem diria, hein, Paulo? Quem diria que sairíamos de Recife e iríamos tirar fotos na frente da White House?   Foi uma viagem incrível. Vou lembrar pra sempre. Além da Casa Branca, tivemos a oportunidade de conhecer lugares como o National Aquarium, o Holocaust Museum, o Museum of Natural History e monumentos importantes. Entre outros vários lugares. Andamos muito pra tentar conhecer ao máximo daquela cidade em apenas dois dias.

Enfim, não sei vocês, mas eu gostei demais e quero visitar muitos outros lugares. Até a próxima viagem!

Férias+Tempo+Trabalho

Hoje é 23/05/2012. O tempo parece que resolveu caminhar um pouco mais rápido. A primavera vai, aos poucos, indo embora e vai dando lugar ao tão esperado verão. Já perdi a conta do tempo que estou aqui e espero não mais me preocupar com o tempo, parece que dessa forma ele passa mais rápido. Muita coisa aconteceu nesses meses, muitas experiências, sinto que cresço cada dia mais, me torno uma pessoa melhor. Cada dia é um desafio, cada dia fornece detalhes que te acrescentam sem você perceber. Finalmente tive um período de férias e pude ir em um festival de bandas de rock aqui em New Jersey. O Bamboozle festival foi inesquecível, principalmente pelos shows de Foo Fighters, The All American Rejects e Boys Like Girls. Também foi inesquecível pela presença de amigos espalhados pelos EUA que pude rever. Amigos que levarei pro resto da minha vida. Essa semana deve começar a minha pesquisa. Vamos ver no que isso vai dar! Espero que colha bons frutos.

Agora também chegou a hora de organizar a vinda da minha família pra cá. Vamos nos divertir muito e matar parte dessa saudade enorme. O problema é depois ter que se despedir de novo, mas, tudo bem. Faz parte.

As diferenças + Quase acidente

Viajar assim, em uma experiência de  intercâmbio, nos faz analisar cada detalhe. As pessoas são o objetivo maior, eu creio. Aprender e conhecer uma nova cultura é a parte mais importante de estar aqui, definitivamente. Isso eu acho que todos entendemos. Estar aqui me deu a oportunidade de conhecer americanos, chineses, japoneses, koreanos, ingleses, franceses, dentre outras nacionalidades. Também tive a oportunidade de conhecer brasileiros. Claro, somos muito diferentes entre nós mesmos. De um modo geral, as pessoas são diferentes, cada um com sua experiência e seu background, mas, as diferenças se amplificam quando atravessamos as fronteiras, é claro. Quando cheguei aqui senti um choque cultural muito grande, o jeito como as pessoas se comportam é bem diferente do que estou acostumado. É muito difícil comentar sobre cultura e não existe dizer que um local é melhor ou pior do que outro. É mais seguro dizer que somos apenas diferentes. Estereotipar também é um erro muito grande. Conheci um alemão e uma alemã aqui e ambos são muito diferentes, os franceses também são todos bem diferentes. De fato, o mundo é um grande balaio-de-gato com um cachorro dentro e isso é incrível. Todos devem tentar conhecer o máximo que puderem. Sair e atravessar as fronteiras, passar uma semana num lugar diferente te faz entender mais sobre o mundo e até sobre você mesmo. O que dá pra notar é que a cultura do seu lugar define parte do que você é e parece que te puxa de volta pras suas raízes. Passar um ano nos EUA, falando inglês, comendo pizza, hamburguer, te faz querer ouvir um português, comer um cuscuz, uma carne de panela bem feita. Você sente saudades de casa sem nem perceber que sente.

Mudando bastante de assunto, quase morri essa semana em um acidente de carro. Estávamos indo à praia quando o motorista do carro em que eu estava fez um cruzamento sem olhar os dois lados da pista e uma caminhonete ia batendo em cheio do lado do nosso carro. Era impossível escapar daquilo. Imagine uma Dodge Ram enorme batendo de lado de um Honda Civic. Do jeito que aquele carro é alto, era capaz de subir o nosso carro. O cara foi extremamente bom motorista e conseguiu livrar o nosso carro, não sei como, foi Deus e os freios ABS. Enfim, essas coisas também podem acontecer. Faz parte.

Vamos pra frente!

90 anos de sabedoria, luta e amor. (Parabéns Vovô)

Hoje é o aniversário de uma das pessoas mais importantes da minha vida. Posso até dizer a mais importante da minha vida, afinal de contas, foi a partir dessa pessoa que todas as outras pessoas mais importantes da minha vida nasceram. Hoje meu avô faz 90 anos. Quase um século! Meu avô é simplesmente inacreditável, dificil de descrever. O que eu posso dizer sobre ele é que não existe pessoa melhor de conviver, não existe pessoa mais bem humorada. Sabe aproveitar as coisas simples da vida e valoriza todas elas. Prioriza sempre a familia e ama todos os seus netos de uma maneira incrível. É aquela pessoa que conseguiu o respeito de todos sem precisar de violência, sem precisar de gritos. É um pai de todos, um paizão. Por baixo de todos aqueles poucos cabelos brancos há muita luta, muito sorriso, muitas vitórias e muito, MUITO amor. Quanta força uma pessoa pode ter? Eu não saberia responder, se não conhecesse o meu avô. Sou um cara muito abençoado por tê-lo ainda por perto. E faço questão de copiar as coisas que ele diz, que ele faz. Ele sabe ensinar me fazendo rir. E como me faz rir! Meu avô é uma criança! Muito obrigado por ter me dado essa qualidade também, Vô. A vida é mesmo feita pra a gente sorrir, pra a gente ser feliz. Dinheiro é só pra gastar e passar troco. Amor sim, amor a gente cuida, família a gente ama, a gente preza.

De todo o meu coração, eu queria estar aí hoje no seu aniversário. Queria ver toda a família junta, comendo as comidas simples que gostamos, contando as velhas piadas que sempre rimos. E eu sei que é só isso que importa pra você. Não é o seu aniversário em si, mas ver todos perto de você.

Minha mãe me contou algumas façanhas do meu avô e como ele criava seus muitos filhos. Uma marcou minha cabeça pra sempre. Ela disse que quando todos eram crianças, Vovô gostava de reunir todos na sala, sentados no chão pra contar uma história. Essa é a imagem de pai que eu tenho. Você, Vovô, é a imagem de pai perfeito que eu tenho. E eu tenho absoluta certeza que a força dos laços que unem a nossa família vem do senhor. Muito obrigado por existir, muito obrigado por ter me dado tudo isso. Meu pai, meu avô.

Parabéns pelos seus 90 anos.

Início do 4 mês + Carta

Finalmente, o terceiro mês acabou. Vamos entrar no quarto mês. Muita coisa mudou, muita coisa aconteceu. Acho que estamos mais maduros, mais adaptados. Com tudo. Com o frio, com as aulas, com a nova cultura, com nós mesmos.

No terceiro mês, a presidenta Dilma veio fazer uma visita aos EUA e falar do programa. Escrevemos (Guilherme Rosso, Leticia Moura, Monique Gasparotto e Rafael Henrique) uma carta de agradecimento pela oportunidade. Segue, abaixo:

Boston, Massachusetts, EUA, 10 de abril de 2012.

Carta de Agradecimento à Presidenta da República Federativa do Brasil Dilma Rousseff

Excelentíssima Senhora Presidenta,

Foi com imensa satisfação e alegria que recebemos a notícia do lançamento do Programa Ciência sem Fronteiras no dia 26 de julho de 2011. Um programa ambicioso para mudar o futuro do Brasil. Orgulho e felicidade foi o que sentimos quando soubemos que estávamos incluídos no primeiro grupo de universitários brasileiros que teriam a oportunidade de vivenciar os melhores sistemas educacionais do mundo e os mais competitivos em relação à tecnologia e inovação.

Por sabermos que o Ciência sem Fronteiras é um programa concebido para promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia, da inovação e da competitividade brasileira, por meio do intercâmbio e da mobilidade internacional, nossa alegria era a própria concretização de sonhos individuais e familiares, que dificilmente seriam realizados se não nos fosse dada esta oportunidade. Principalmente para um grupo tão grande de alunos dedicados que nutriam expectativa de um dia chegar onde estamos.

Poderíamos dizer que, em muitas situações, a expectativa era bem maior que a possibilidade. E aqui estamos. Não mais em um sonho de adolescentes universitários, mas em uma real vivência acadêmica a qual nunca imaginávamos estar tão próxima. A oportunidade e experiência de vida são únicas, mas o melhor de tudo é que estaremos contribuindo para o desenvolvimento do nosso país, do nosso Brasil.

Esperamos que essa oportunidade de qualificação, a qual vai além do intercâmbio cultural, acadêmico e de vivência, nos permita contribuir para o desenvolvimento de políticas públicas em áreas fundamentais para o desenvolvimento científico e tecnológico no Brasil.

Um programa desse porte também irá melhorar a infraestrutura para a criação e manutenção de bons pesquisadores em nosso país. Será a continuidade de nossos sonhos e anseios, pois depois de formados sabemos que teremos outras batalhas para vencer.

Portanto, Presidenta, gostaríamos de agradecer os esforços do Governo Federal, das nossas Universidades e das organizações envolvidas, CAPES, CNPq e IIE, pelo investimento e acompanhamento desse programa que está servindo de exemplo para todos e permitindo uma maior visibilidade para o Brasil.

Respeitosamente,

Bolsistas Brasileiros da primeira turma em Graduação Sanduíche nos Estados Unidos da América por meio do Programa Ciência sem Fronteiras.

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É isso mesmo. Vamos em frente, Brasil. É só dessa forma que vamos superar todos os desafios e crescer, investindo sempre em educação. E se depender de nós do CsF, vamos fazer o possível pra contribuir ao máximo com as nossas experiências com o nosso país que tanto amamos.

Felicidade (A chegada de Antônio)

Quando assinamos nosso nome no ToA (terms of appointment), o contrato que definia, finalmente, nosso intercâmbio de 1 ano nos EUA, sabiamos que iriamos perder alguns acontecimentos no Brasil. Tudo na vida é assim, uma questão de escolhas.

Ontem recebi uma notícia que me fez desejar um teletransporte. Voltar pro Brasil durante um dia e depois me teletransportar pra continuar meu trabalho aqui. Meu afilhado, Antônio, finalmente, veio ao mundo. Foi um dos dias mais felizes aqui pra mim, mesmo distante. É um menino abençoado e veio trazendo alegria pra todos, inclusive pra mim que estou a alguns milhares de kilômetros. Finalmente, eu sou padrinho!

Recebi as fotos do parto e pude ver a felicidade de todos. Nossa, quanta saudade! Selecionei três pra colocar aqui.

Achei essa foto simplesmente perfeita. A gente sabe que criança não mente e quando tenta, se embaralha toda. Também não mente o sentimento de Izaura, minha prima, nesta foto. Olhem só a expressão de alegria por ver o irmão pela primeira vez. Isso é o amor mais puro e verdadeiro de irmãos e que vai durar a vida toda. Olhem só o brilho dos olhos dela. Não me aguentei quando vi essa foto.

Aqui está o meu afilhado. Bem vindo ao mundo, Antônio. Você já é muito abençoado, já é uma criança muito feliz. Não vejo a hora de voltar e poder dar um cheiro na sua cabeça. A gente vai aprontar muitas juntos. Não conte pra sua mãe!

Imagino a felicidade de todos lá. Minha família sempre foi muito apegada e agora parece estar mais do que nunca. Eu amo todos vocês e estou muito feliz!

O verdadeiro "jeitinho" brasileiro

Hoje, 5 de abril, fomos jantar num dos refeitórios da universidade, como de costume. Depois da janta, pegamos um ônibus relativamente vazio. Fomos todos sentados. Numa das paradas seguintes, muita gente entrou, o ônibus ficou cheio e algumas pessoas ficaram em pé. Meu amigo, Jonathan, de Santa Catarina, prontamente levantou-se e ofereceu lugar a uma menina que tinha acabado de entrar. A menina ainda recusou, mas, mesmo assim, ele insistiu e ela acabou sentando. Começaram a conversar, em inglês:

- Vocês são brasileiros? - Ela perguntou.

- Somos sim. Mas como você sabe? - Jonathan respondeu, sem entender como ela havia descoberto.

- Porque só os brasileiros fazem isso. - Ela respondeu.

Esse é o verdadeiro jeitinho brasileiro, é essa a imagem que queremos passar por todos os lugares que visitarmos. Queremos ser lembrados pelo nosso sorriso, pelo nosso bom humor, pela nossa capacidade de resolver problemas com gentileza, com companheirismo. Temos a habilidade de juntar povos, de fazer rir, de superar os mais diversos desafios.

O cara que vende macaxeira na minha rua, em Recife/Pernambuco, passa todos os dias bem cedinho gritando e cantando alguma coisa. 

Que povo é esse? Que povo é esse que trabalha em baixo de sol e chuva, às vezes sem receber o que deveria receber, e ainda sai por aí cantando e sorrindo? Esse é o povo brasileiro. Vamos transformar o jargão "jeitinho brasileiro" em uma coisa boa, em uma coisa que identifique o brasileiro como um povo que supera os desafios, como um povo trabalhador e com um potencial enorme.

Que isso sirva de exemplo pra todas as pessoas, de todas as nacionalidades. É o que o mundo precisa: solidariedade.

Março foi embora.

Março nos deixa em um dia chuvoso, muito frio e com um vento que chega a doer na pele. Um dia feio, mas, de certa forma, bonito (?) porque acaba e amanhã traz outro mês, outra jornada. O último mês desse semestre aqui. Dia 30 acabam as aulas, só ficamos com algumas provas que devem se estender até o início de maio. Em resumo, entramos na parte final do nosso semestre. Muitos projetos e homeworks pra terminar, mas, vamos sobreviver. Nós vamos conseguir! A busca pelo internship ainda é um problema pra todos nós, mas, também acredito que vamos superar isso de alguma forma.

Recebemos a notícia de que novos brasileiros estão vindo pra somar ao nosso grupo em agosto! Isso é uma ótima notícia. E alguns nós já conhecemos. Bem-vindos, amigos, será um prazer ajudar. Espero que mais brasileiros tenham a chance de vir pra cá e acrescentar essa experiência em suas vidas.

Queria aproveitar e pedir pra quem for vir trazer comida brasileira! Por favor! Nordestinos, tragam cuscuz, tragam macaxeira. Mineiros, tragam pão de queijo, tragam doce-de-leite! E todos os outros também. Que saudade dessa comida brasileira! Sem dúvida, a melhor do mundo.

A saudade

A saudade é um sentimento que machuca, mas traz consigo muitas coisas boas, como tudo na vida. Engraçado, que os americanos não possuem "saudade" no vocabulário. Só conseguem falar "I miss you". Ser muito apegado à sua terra natal e aos seus parentes é um ponto fraco, é verdade, mas, quando se está numa situação dessas, uma distância com tempo determinado pra acabar, a gente começa a ver as coisas boas disso. A saudade que eu sinto do Brasil me faz valorizar cada esquina, cada calçada, cada rua, cada construção. A saudade que eu sinto das pessoas me faz valorizar e estreitar laços com quem realmente importa e criar laços com quem nunca imaginava que fosse sentir minha falta. Estar aqui me faz valorizar muito mais tudo o que existe no Brasil. O calor do povo brasileiro passa despercebido quando estamos em terras canarinhas, mas, quando se está aqui, valorizamos o abraço, o beijo, o aperto de mão do brasileiro. Conto nos dedos os abraços que vi as pessoas dando umas nas outras aqui. Somos mais unidos e nos unimos ainda mais quando as coisas ficam difíceis, jamais nos abandonamos. Espero que o Brasil cresça economicamente, mas jamais perca esse sentimento que existe quase que geneticamente em seu povo. Pernambucanos, vocês são incriveis. Brasileiros, vocês são incríveis. Temos potencial de crescer pra onde quisermos, com muito trabalho e dedicação, e temos a capacidade de fazer isso sorrindo, de mãos dadas. "Caminhando, cantando e seguindo a canção." (É assim a música?).

Estar aqui também traz a missão de mostrar que o Brasil não é só futebol, mulheres bonitas. Traz a missão de mostrar que temos conhecimento, temos força de vontade, temos nosso trabalho. Temos poder de unir povos simplesmente com nosso sorriso e carisma. Esse é o verdadeiro "jeitinho" brasileiro de ser.

Essa é a minha saudade de vocês e de todos os cantinhos do país que tanto amo.

Primavera

Hoje vou colocar algumas fotos pra mostrar mais ou menos como a paisagem começou a mudar por aqui. Essa foto foi tirada logo nas primeiras semanas, quando a neve caiu por alguns dias e o frio rondava os 8 graus negativos. As árvores, todas, sem exceção, com seus galhos secos, sem flores ou folhas. Como um amigo meu disse: "Frio só de olhar".

Essa foto é da mesma rua, foi tirada na semana passada (20/3). As plantas mais resistentes começam a florescer mesmo com o tempo ainda não tão quente. Quando eles sentem a primavera chegando, o tempo esquentando e as plantas florescendo, eles colocam uma certa quantidade de adubo na base de cada tronco, acho que pra ajudar pra que as plantas fiquem bem floridas. É bem interessante. Esse dia fez 25 graus e pude tirar meu casaco. Hoje voltou a fazer 10 graus, mas, tudo bem. Creio que durante a semana melhore um pouco.

Quase 3 meses.

Falta pouco pra completar três meses que estou aqui nos EUA como estudante de intercâmbio do programa Ciência sem Fronteiras do Governo Federal do Brasil. Muita coisa mudou, muita coisa acontece em três meses. O tempo, por exemplo, mudou drasticamente. Saimos de temperaturas que chegaram a -8 graus celsius e hoje estamos vivendo sob uma temperatura que gira em torno dos 20 graus celsius. Isso eleva nossos ânimos, nos dá um ar parecido com o de casa. Mas o sentimento de casa nunca existirá. A saudade é enorme. Outra mudança é na paisagem, as árvores, antes sem flores, com os galhos secos, agora começam a florescer, começam a trazer os insetos. A grama ganhou um verde forte, as pessoas podem, finalmente, sentar do lado de fora dos restaurantes, podem se exercitar. A boca não seca mais, a pele não fica mais branca. Isso tudo traz uma certa felicidade, mas ainda há muito por vir, e ainda há muito o que ser feito. Vamos em frente.

O Jornal do Commercio parece que quer uma entrevista, será que vai acontecer mesmo? Vamos esperar. Se acontecer eu coloco aqui. Vai ser um prazer falar aos Pernambucanos que tanto sinto falta. A correria agora para buscar o estágio aqui, não sei como vai ser, não sei o que vai acontecer. Talvez isso seja a magia da coisa: resolver os problemas a medida que aparecem, uma coisa de cada vez.